- Não.
- E em Cajazeiras VIII?
- Também não.
- E em Cajazeiras XI?
- Não passa em nenhuma Cajazeiras, meu filho, esse aqui é o Campo Grande R1, vai pro Rio Vermelho, Federação, Canela...
- Ah, então não passa em Cajazeiras?
- NÃO!
- Ah, então pede pro motorista parar no próximo ponto que eu vou descer!
Pronto. Um simples diálogo como esse, e você já garantiu uma viagem de ônibus sem pagar passagem. O método é simples, mas exige um certo conhecimento do itinerário das linhas de ônibus da cidade.
Sabe quando você tem que ir ali na padaria da esquina, que não é tão perto, mas também não é tão longe, e tá com uma preguiça retada de ir andando? Então, é pra isso que serve a dica de hoje. “Ah, Iuri, então você está dizendo pra eu sair por aí traseirando no busú de Paripe até Itapuã, né?” Não, não é isso, tudo tem limite. Vá para o ponto de ônibus mais próximo da sua casa, suba no veículo, e puxe um papo legal com o cobrador enquanto aquela padaria da esquina se aproxima e você economiza uma paletada com essa sua canela de pobre. Quando estiver na hora de descer, pergunte qualquer coisa estapafúrdia (ex.: Se o ônibus de Praia do Flamengo passa na Mata Escura), peça pra descer e seja feliz.
A distância a percorrer é mais longa? Aí não tem jeito, você vai ter que pagar a passagem, de preferência com o Salvador Card, e ter uma das maiores aventuras da sua vida de soteropobretano: andar de ônibus em Salvador.
ABRE PARÊNTESES - Tenha medo, muito medo, dos ônibus com ar condicionado. São mais caros, não aceitam Salvador Card, e além de tudo, são os mais assaltados da cidade, pela grande circulação de dinheiro, pela ausência de cobrador, e também por que como os vidros são todos escuros, ninguém da rua percebe o putetê que está havendo lá dentro – FECHA PARÊNTESES.
O primeiro passo é escolher o lugar para se sentar (na remota possibilidade de HAVER um lugar). Procure ficar sempre na janela, menos pelo vento (quase inexistente nesse calor insuportável) e mais pra evitar o roça-roça dos passageiros que ficam em pé. Acredite, você não vai querer nenhum objeto-não- identificado fazendo “carinho” no seu ombro. Se não tiver jeito, vá em pé mesmo, certifique-se de colocar a mochila/bolsa sempre na frente do corpo e fique batendo com ela propositalmente na cabeça do passageiro que estiver sentado. Uma hora ele irá se sensibilizar e vai se oferecer pra segurar a mochila pra você. Ah, na hora de escolher o lugar pra ficar em pé também, você precisa de sagacidade! Nada de ir para o fundo do ônibus – quem senta lá, geralmente, só vai descer no fim da linha, nem muito na frente, onde estão os velhinhos conversadores que falam mais que a nega do leite. A idéia é ficar de olho nos passageiros sentados e imaginar em que ponto de ônibus vão descer, principalmente estudantes (ex: uma criatura com a farda do Colégio Integral, em geral, tende a descer do ônibus no ponto do Colégio Integral), ou funcionárias de terno, que são na maioria das vezes secretárias/recepcionistas dos Centros Médicos/Empresariais da região do Itaigara/Iguatemi/Tancredo Neves.
Achou um lugar pra sentar? Perfeito. Tire o seu mp4 da mochila, coloque o fone no ouvido e curta a paisagem, se o ônibus for pela orla, ou não curta, se for pela Bonocô. “Ah, Iuri, por que eu tenho que usar fone de ouvido, se um cara lá no fundo do ônibus coloca em alto-falante pra todo mundo escutar o pagode dele?” Muito simples. Por que todo mundo pode até se incomodar com aquele cara que coloca o pagodão nas alturas e se acha o Dj do busú, mas ninguém vai lá dizer uma palavra a ele, porque todos tem amor à sua própria vida. Agora você, com essa sua cara de menino criado no playground da Pituba, se fizer o mesmo, no mínimo será amarrado pelos passageiros, acorrentado no pneu do ônibus e terá o corpo arrastado pela Avenida Paralela. Fique na sua e ouça seu negócio quieto, que ninguém te bole.
Sabe quando você tem que ir ali na padaria da esquina, que não é tão perto, mas também não é tão longe, e tá com uma preguiça retada de ir andando? Então, é pra isso que serve a dica de hoje. “Ah, Iuri, então você está dizendo pra eu sair por aí traseirando no busú de Paripe até Itapuã, né?” Não, não é isso, tudo tem limite. Vá para o ponto de ônibus mais próximo da sua casa, suba no veículo, e puxe um papo legal com o cobrador enquanto aquela padaria da esquina se aproxima e você economiza uma paletada com essa sua canela de pobre. Quando estiver na hora de descer, pergunte qualquer coisa estapafúrdia (ex.: Se o ônibus de Praia do Flamengo passa na Mata Escura), peça pra descer e seja feliz.
A distância a percorrer é mais longa? Aí não tem jeito, você vai ter que pagar a passagem, de preferência com o Salvador Card, e ter uma das maiores aventuras da sua vida de soteropobretano: andar de ônibus em Salvador.
ABRE PARÊNTESES - Tenha medo, muito medo, dos ônibus com ar condicionado. São mais caros, não aceitam Salvador Card, e além de tudo, são os mais assaltados da cidade, pela grande circulação de dinheiro, pela ausência de cobrador, e também por que como os vidros são todos escuros, ninguém da rua percebe o putetê que está havendo lá dentro – FECHA PARÊNTESES.
O primeiro passo é escolher o lugar para se sentar (na remota possibilidade de HAVER um lugar). Procure ficar sempre na janela, menos pelo vento (quase inexistente nesse calor insuportável) e mais pra evitar o roça-roça dos passageiros que ficam em pé. Acredite, você não vai querer nenhum objeto-não- identificado fazendo “carinho” no seu ombro. Se não tiver jeito, vá em pé mesmo, certifique-se de colocar a mochila/bolsa sempre na frente do corpo e fique batendo com ela propositalmente na cabeça do passageiro que estiver sentado. Uma hora ele irá se sensibilizar e vai se oferecer pra segurar a mochila pra você. Ah, na hora de escolher o lugar pra ficar em pé também, você precisa de sagacidade! Nada de ir para o fundo do ônibus – quem senta lá, geralmente, só vai descer no fim da linha, nem muito na frente, onde estão os velhinhos conversadores que falam mais que a nega do leite. A idéia é ficar de olho nos passageiros sentados e imaginar em que ponto de ônibus vão descer, principalmente estudantes (ex: uma criatura com a farda do Colégio Integral, em geral, tende a descer do ônibus no ponto do Colégio Integral), ou funcionárias de terno, que são na maioria das vezes secretárias/recepcionistas dos Centros Médicos/Empresariais da região do Itaigara/Iguatemi/Tancredo Neves.
Achou um lugar pra sentar? Perfeito. Tire o seu mp4 da mochila, coloque o fone no ouvido e curta a paisagem, se o ônibus for pela orla, ou não curta, se for pela Bonocô. “Ah, Iuri, por que eu tenho que usar fone de ouvido, se um cara lá no fundo do ônibus coloca em alto-falante pra todo mundo escutar o pagode dele?” Muito simples. Por que todo mundo pode até se incomodar com aquele cara que coloca o pagodão nas alturas e se acha o Dj do busú, mas ninguém vai lá dizer uma palavra a ele, porque todos tem amor à sua própria vida. Agora você, com essa sua cara de menino criado no playground da Pituba, se fizer o mesmo, no mínimo será amarrado pelos passageiros, acorrentado no pneu do ônibus e terá o corpo arrastado pela Avenida Paralela. Fique na sua e ouça seu negócio quieto, que ninguém te bole.