Soteropobretanos, uni-vos!!

Houve um tempo em que você ia sair com os amigos, pedia dinheiro a seu pai, ele lhe dava 10 reais e você se sentia milionário. Houve um tempo em que o ingresso do cinema, o Cheeseburger da Mc, e a passagem do ônibus cabiam perfeitamente no seu orçamento, e se bobear ainda sobrava dinheiro pra comprar 1 real de Big-Big.
Aí você cresceu, Salvador cresceu, o tempo passou, e o mundo hoje parece hostil demais para o seu bolso. Hoje você quer sair numa sexta-feira à noite, e lá e vão 15 reais (no mínimo) só pra entrar num Bar qualquer, pra ouvir um cantor qualquer que você nunca ouviu falar, e mais 15 por uma porção de bolinhos de queijo microsópicos, e mais 10 por uma cerveja quente. Hoje você quer ver um filme 3D, e a inteira no fim de semana é 28 reais, o Mc cobra preço de restaurante, e nem o Baratíssimo da Subway parece tão barato assim.
Pois é, amigo, você ficou pobre. Mas nada tema, pois este guia irá ajudá-lo a contornar essa situação de miserabilidade absoluta, com dicas e conselhos pra você economizar o seu suado dinheirinho em meio a essa Salvador de gente alto-astral, bonita e selecionada. Boa sorte!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Vá em Dinha, mas não necessariamente para comer Acarajé

A sexta-feira chegou e você mal consegue comemorar direito, porque não tem um tostão pra comprar nem um geladinho na quitanda da esquina. O que fazer? Passar a madrugada no Facebook? Nada disso, basta ligar pra um amigo pedindo carona e se mandar para o lugar mais democrático da noite soteropobretana: o Largo do Acarajé de Dinha.

Aí você me pergunta: "Mas como assim, o Acarajé de Dinha? Lá é muito caro!!". E eu respondo: Sim, caro amigo, o acarajé da baiana mais famosa da cidade não custa pouco. Mas quem disse que você precisa comer pra se divertir? Seja esperto, tome seu café em casa, se entupa de pão de milho, broa, pão de sal, inhame, aipim, batata doce, banana da terra e cuscuz e saia com o bucho cheio pra aguentar a fome madrugada adentro. Chegando no Largo, você tem três opções:

1 - Ficar em pé na frente da igreja com a galera alternativa;

2 - Chegar junto de algum carro com o porta-malas aberto e cair na bagaceira do pagodão;

3 - Sentar numa das mesas de plástico e contar os minutos antes que o garçom perceba que você não vai consumir nada e te expulse a socos e pontapés. Aliás, quando eu digo "consumir" eu quero dizer no mínimo umas 4 cervejas, viu? Porque eu já estive lá uma vez, pedi só um copinho de água mineral e o garçom me tirou da mesa dizendo que eu podia beber água em pé. Sério.

O que você, na condição de soteropobretano, nunca, jamais, em hipótese alguma, e sob nenhuma ciscunstância deve fazer é se render aos encantos dos barzinhos que ficam AO REDOR do Largo de Dinha. Acredite, você vai pagar caro, muito caro, vai pegar uma fila desgraçada pra entrar, vai ter um cantor fuleiríssimo dizendo que canta MPB mas que você sabe no fundo que é Seresta/Arrocha, e no final, vai ter gasto 100 reais e vai continuar morrendo de fome e tão sóbrio quanto um monge beneditino. Se você quer uma experiência antropológica de verdade, onde misteriosamente mauricinhos, pagodeiros, alternativos, e roqueiros de Salvador dividem o mesmo espaço, então o Largo de Dinha é o seu lugar.

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